O diálogo entre linguagens não é nada novo. Se das celebrações dionisíacas nasceram as artes dramáticas que reverberaram a música, a dança e a poesia nas encenações festivas, também, de forma apolínea, outros tempos estudaram o diálogo entre as artes. Jean Cocteau falava que quando desenhava, fazia poesia gráfica. Tarkovsky quando filmava, fazia poesia com o cinema. Na Grécia antiga e em muitos outros tempos, Poetas também cantam, dançam e interpretam.
A partir do ano 2000, por intuição, comecei a experimentar algumas performances poéticas (poemaperformances). Em 2005 criei instalações e filmes de poesia. Em 2007 lancei o meu blog e publiquei alguns poemas. Essas publicações fizeram com que a nossa poesia esteja presente em muitos lugares... E, até 2012, escrevi, editei, atualizei e renovei esse meu espaço.
Recitei muito. Vivi-ouvi poemas de todos os tipos e também comecei a ver o que era esboço ou exercício. Lembro sempre dos poetas que recitavam na antiga Grécia e dos trovadores que cantavam os seus poemas... Lembro sempre daqueles que vieram antes e agradeço, pra tentar construir a estrada com mais ensinamentos.
A estrada e o tempo me levaram à pesquisar estética filosófica. E, dentro do Bacharelado em Filosofia, comecei a desenvolver artigos e a escrever um livro que analisa algumas possibilidades poéticas. Na pesquisa acadêmica, podemos tanto reconhecer o valor dos clássicos, quanto ampliar o olhar diante do contemporâneo. O tempo da poesia é sempre o nosso próprio tempo.