Nem tudo o que existe

Estende as mãos finas
Para a seca sã pátria
Que mirando-o
Tenta erguer-lo
De suas patas calejadas.

Passa fundo
Gira o mundo.
A gente muda o mapa
A gente gera a palavra
Mas nada adorna o dorso.

Passa tudo
Muda o mundo
As mãos visam a barra
Os pés esfriam a torre.
O sol com tudo some
E faz com que da carne
Não reste mais nada.

A neve beija o mar
E o sol grita insone:
Não falem mal
Do osso desse homem
Pois dentro do infinito
A vida ecoa pela fala.