Esquizo-frenesi

É que os dias me movem até o caminho
Até o outro ponto da estrela ou da estrada
Tanto faz que o que me fez é o que me vive
Assim como todos que moram em si
E não servem as casas
Eu andaraia por ai a nômadiar
A dizer coisas sobre a gente que dizia coisas sobre bichos
E nem me lembro do rastro nem do rosto
Nem se vinha de repente algo de gente-bicho-serpente
Que pensava que o segredo segregava
Pois o rastro levou-se pelo mar
Depois de tudo já existia música naquela tarde sem escala
E a escada era colorida de azulejos amarelos
A amaralina era cantada pelo Veloso
E antes da flor e de tudo isso
Não me lembre de nada Não é nada e a gota é serena
Me deixe!
O que eu digo não
Tem gota de meMória
Não me deixe!
Se me quer toda sou
Ilógica
Parte
Do que eu vejo é métrico,
A outra maior parte
Vive do que é intenso
Porque nenhum céu é azul como o daquele verão
E nenhum mapa divide as terras dos sentidos.

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Presente na Revista Germina